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História de São Benedito
A família de Benedito foi levada da Etiópia, África, para a Sicília,
Itália, como escravos. O pai foi vendido a um rico fazendeiro. Como
todo escravo, adotou sobrenome de seu senhor, Vicente Manassari. Ficou
Cristóvão Manassari. A mãe de São Benedito era uma escrava alforriada
que pertencera à Casa de Larcan - ou Lanza que é uma variante de
Larcan. Chamava-se Diana de Larcan. O casal, Cristóvão e Diana, era
muito fiel à igreja. Os dois viviam para o trabalho e para Deus. Pela
sua honestidade, Cristóvão foi nomeado chefe dos trabalhadores da Casa
Manassari. Com licença do patrão socorria os pobres que ali buscavam
socorro para sua miséria. Até que um dia, invejosos foram até o patrão e
caluniaram o bom e honesto Cristóvão. O bom homem foi, injustamente,
deposto de seu cargo.
A justiça divina não se fez esperar. O patrão descobriu que as
esmolas oferecidas aos pobres por Cristóvão, em vez de diminuírem, só
faziam seus bens aumentarem. Chamou-o de volta ao cargo e lhe deu mais
poderes do que antes. Deus sempre é fiel aos que vivem a verdade e
praticam a justiça.
Logo após o casamento, Cristóvão e Diana resolveram que não teriam
filhos escravos. O patrão Manassari lhes prometeu dar liberdade a todos
os filhos que eles porventura tivessem. No ano de 1524 ou 1526 para
alguns, nasceu o primogênito do casal Cristóvão e Diana e que, ao ser
batizado recebeu o nome de Benedito, que quer dizer abençoado. Outros
filhos vieram: um menino que recebeu o nome de Marcos e duas meninas
chamadas Baldassa e Fradella. Uma sobrinha de Benedito também seguiu a
ordem religiosa e recebeu hábito das mãos do seu tio, que na época já
era religioso consagrado. O pequeno Benedito cresceu ouvindo os pais
falarem de Deus, da Eucaristia, e de Maria. Frequentava a igreja sempre
acompanhado pelos pais piedosos e exemplos de vida cristã.
Benedito viveu sua infância e juventude com os meninos e jovens
pobres de sua época. E como muitos meninos e jovens de hoje: longe da
escola e perto das ovelhas e arados. Como pastor, o pequeno Benedito
ficava o dia todo fora de casa, e junto ao rebanho de Cristóvão
Manassari, o patrão de seu pai. Era a oportunidade para ele ficar em
contínuo contato com Deus, através da oração. Sua voz se misturava aos
balidos das ovelhas. Quando jovem, Benedito trocou as ovelhas pelo
arado. Lavrando a terra, jão não ficava sozinho. Os campanheiros da
lavoura não eram tão companheiros assim. Levados pelo eterno preconceito
racial, insultavam o moço humilde que, calado, oferecia a Deus o
sacrifício das ofensas. Um dia, entre os insultos dos preconceituosos,
uma voz enérgica se fez ouvir:
- Há! Hoje zombais deste pobre negro. Mas, logo, vereis a sua fama
correr no mundo. Era Frei Jerônimo Lanza, um eremita. Voltando-se para o
patrão de São Benedito disselhe: Eu vos recomendo muito este moço
porque logo virá ele em minha companhia e há de tornar-se um santo
religioso. E a profecia de Frei Jerônimo se cumpriu. Benedito tornou-se
um dos irmãos eremitas de São Francisco.
O Cozinheiro Milagroso
Benedito se sentia muito feliz no convento de Santa Maria de Jesus,
mas o voto de obediência o levou para longe dali. Foi transferido para o
Convento de Sant´Ana de Giuliana, onde ficou três anos. Sempre levado
pela obediência aos superiores, voltou para o Convento de Santa Maria
de Jesus. Ali permaneceu até a Morte.
O primeiro trabalho que Benedito recebeu do superior foi o de
cozinheiro. E sua cozinha se transformou num santuário de oração.
Seguindo as prescrições da Ordem, os frades se reuniam, de tempo em
tempo, para tomarem importantes decisões. A essas reuniões se dão, até
hoje, o nome de Capítulo. Estavam os frades reunidos em Capítulo,
quando Benedito e seus auxíliares perceberam que ia faltar comida para
tantos frades. E que o rigor do inverno não permitiram que saíssem do
convento, esmolando. O que faz Benedito? Chamou seus auxiliares e, como
nas bodas de caná, ordenoulhes:
- Encham de água as vasilhas.
- Água? Precisamos de alimento e não de água...
- Vamos - diz o santo - Encham as talhas com água e
tampe-as com pedaço de tábua.
Os frades obedeceram. Benedito se recolheu em oração. Reza a noite toda.
Na manhã seguinte, chama seus companheiros e, juntos vão destampar as talhas.
- Milagre gritam os frades.
Peixes graúdos nadavam nas vasilhas, abençoadas por Benedito.
Outros milagres ali aconteceram: carnes milagrosamente preparadas;
transporte suave de toras pesadíssimas. Até que um dia, os anjos descem
para ajudar o Santo Cozinheiro.
Benedito morre com Sessenta e Cinco anos
A vida de penitência e jejuns que levou, nos quarenta e quatro anos
passados em conventos, foi, aos poucos, tornando-o cada vez mais
frágil. Afinal, passou a vida toda reservando para si pouco tempo para
descanço e muito para o trabalho.
No começo do ano de 1589, o médico do convento, Doutor Domênico
Rubiano, foi chamado para atender a Benedito. Este médico, que muitas
vezes pedira a Deus a honra de poder assistir à morte do santo, ficou
triste e preocupado ao constatar que o caso era grave. Benedito vendo a
preocupação do amigo médico, quis tranquilizá-lo:
- Não se preocupe Doutor Domênico. Ainda não será desta vez que Deus vira me buscar.
De fato, poucos dias depois, O Santo Mouro, como era chamado, já
estava desempenhando suas tarefas de religioso conventual. A recaída
não tardou. Depois de um mês de sofrimento, Benedito pediu os últimos
sacramentos. Recebeu-os com extrema piedade. Pediu perdão aos confrades
que rodeavam a sua cama. Um dos frades, vendo-o imóvel, quis colocar a
vela mortuária em suas mãos. O santo ainda brincou:
- Ainda não chegou a minha hora. Quando a irmã morte estiver aqui, eu lhe aviso...
Pouco depois seus rosto se transfigurou e pediu:
- Providenciem cadeiras para Santa Úrsula e suas virgens companheiras.
- Mas não estamos vendo ninguém. Como resposta, um suave perfume invadiu todas as dependências do convento.
Meu irmão, pode acender a vela. Chegou minha hora. Como a vela mortuária em uma das mãos e a outra sobre o peito, exclamou:
- Jesus, Jesus! Doce Maria, minha mãe! Meu Pai, São Francisco...
Com o rosto iluminado, entregou a sua alma ao Criador. Era 4 de Abril de 1589, Terça feira de Páscoa.
fonte: Irmandade de São Benedito http://www.conisb.com.br/saobenedito.php
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