sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Santa Clara - 11 de Agosto

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HISTÓRIA DE SANTA CLARA
O pai de Clara chamava-se Favarone; a mãe, Hortolana. Ela era a filha mais velha e só teve duas irmãs: Catarina (mais tarde consagrada com o nome de Inês por São Francisco) e Beatriz.

Houve uma revolta por parte dos plebeus de Assis que guerrearam contra os nobres da cidade, obrigando-os a fugirem. A família de Clara retirou-se inicialmente para o castelo de Corozano, antiga propriedade da família, então mantido por Martinho de Corozano, primo de Santa Clara, pai de Amata e Balvina, que também seriam Irmãs em São Damião.

Posteriormente, os nobres de Assis começaram a reunir-se na cidade de Perusa, aliando-se aos nobres de lá para retomar Assis. Nessa época, com tantas famílias reunidas, Clara e suas irmãs devem ter tido oportunidade de ser instruídas por muitos bons professores. Mais tarde, ela e Inês mostrariam ter uma excelente capacidade de escrever.

Mesmo nesse tempo, em Perusa, Clara deve ter tido um relacionamento muito próximo com diversas jovens que haveriam de segui-la em São Damião. Sabemos de Filipa de Gislério, Cristina de Parise, Cecília de Gualtieri di Caciaguerra; e, conheceu também Benvinda de Perusa, outra futura Irmã, que nesse tempo devia ter sido uma criada.

De Assis entraram, logo no começo, Pacífia de Guelfúcio e Catarina (Inês), irmã de Clara. Mais tarde entraram também Hortolana, mãe de Clara e, finalmente a irmã mais nova, Beatriz. Na mesma ocasião, também São Francisco esteve em Perusa, preso depois da derrota dos assisienses na batalha de Collestrada, em 1202.

Em 1210, foi possível um tratado de paz entre os nobres e os plebeus de Assis. Monaldo, tio de Clara, conseguiu que fosse assinado pelo potestá de Perusa um documento exigindo que Assis restaurasse a praça de São Rufino, danificada e queimada em 1198.
Depois disso, é possível que a família, ou pelo menos Clara com seus pais e irmãs tenham se abrigado como hóspedes no Mosteiro de São Paulo da Abadessas, enquanto esperavam a reforma da casa paterna.

Foi no tempo posterior a sua volta para Assis que Clara teve as melhores oportunidades de acompanhar sua mãe Hortolana no atendimento dos pobres. Hortolana era muito piedosa e caridosa. Fazia muitas peregrinações e já estivera até na Terra Santa, provavelmente até antes do nascimento de Clara.

Em Assis, formou-se bem depressa a fama de que Clara era uma jovem devota e recolhida. Os familiares sabiam que ela não queria casar-se.

Foram motivos que devem ter colaborado para que São Francisco quisesse falar com ela.

Em 1210 ou 1211, Clara e Francisco se encontraram. Eles tiveram vários encontros, em que devem ter falado sobre Jesus, sobre a vocação dela e sobre os planos para ela entrar em uma nova vida.

Antes de entrar, Clara vendeu tudo que lhe ia caber como dote quando se casasse e distribuiu o dinheiro aos pobres. Francisco exigia isso de seus discípulos, lembrando a exigência de Jesus ao moço rico.

Clara conta em seu Testamento espiritual que São Francisco teve uma inspiração quando estava reformando a Igreja de São Damião e convidou os pobres a ajudá-lo na construção de um futuro mosteiro onde "viveriam umas mulheres de vida tão santa que isso repercutiria em toda a Igreja". Ele começou uma restauração verdadeira da Igreja através das pedras vivas que foram Clara e suas Irmãs, os frades e os seculares franciscanos.

Francisco combinou com Clara que ela sairia de de casa no Domingo de Ramos. Ela tinha que se apresentar na catedral com suas melhores roupas (era o dia de seus esponsais com Cristo). Lá, o bispo Dom Guido, lhe entregou um ramo de oliveira, como um sinal. De noite, depois de afastar milagrosamente pesadas colunas e tronco, ela saiu pela "porta dos mortos" (só usada quando havia algum enterro) e foi para a Porciúncula, a capelinha de Nossa Senhor dos Anjos.

Na Porciúncula, depois de ter preparado tudo de acordo com o cerimonial do tempo, fazendo os frades esperar com velas acesas e conduzir a candidata até o altar, São Francisco cortou os cabelos dela, como sinal de consagração, e lhe deu o hábito dos franciscanos.

Dessa forma, na Igrejinha de Santa Maria dos Anjos, que fora preparada por Francisco no lugar desacampado chamado Porciúncula - mais tarde doado pelos beneditinos aos franciscanos - nasceram a Ordem de São Francisco e a Ordem de Santa Clara.

Depois da cerimônia, acompanhado por Frei Filipe, São Francisco levou-a para o Mosteiro de beneditinas chamado São Paulo das Abadessas. Foi uma caminhada de pouco mais de dois quilômetros a partir da Porciúncula.

No dia seguinte, Monaldo, o irmão mais velho de Favarone - o pai de Santa Clara - foi buscá-la com um pelotão de soldados. Mas desistiu diante dela e des seus gestos de consagração. Tirando o capuz que tinha na cabeça, Clara mostrou que estava consagrada, porque tinha os cabelos cortados. Todos compreenderam que o tio só poderia levá-la com permissão do bispo. O tio Monaldo se retirou e as beneditinas protegeram a jovem Clara.

Quinze dias depois : Provavelmente para que Clara conhecesse outro estilo de vida consagrada: a de leigas que estavam reunidas em uma igreja do bosque, Francisco levou-a para um lugar chamado Santo Ângelo de Panço. Mesmo estando afastado da cidade o local era conhecido porque por ele passavam, já antes de Cristo, as águas levadas para Assis. Alertado de que o tio Monaldo fora buscar Catarina que se unira a Clara, São Francisco veio também consagrá-la, mudando então o seu nome para Inês. Depois de alguns meses em Panço, Clara e Inês foram morar definitivamente no santuário de São Damião, que São Francisco tinha preparado para elas e para suas novas irmãs que foram chegando.

Vindas de famílias pobres ou ricas, todas, em São Damião, eram igualmente Irmãs. Foi uma grande inovação de Clara: nos Mosteiros antigos, só as nobres ou ricas eram monjas, rezavam o Ofício Divino e apreendiam a ler e escrever. As outras eram chamadas de "conversas" e pegavam o trabalho pesado.

As clarissas dedicavam muito tempo à oração, mas também se dedicavam a trabalhos domésticos e a fiar, tecer e costurar. Algumas saíam para ir prestar serviço às pessoas necessitadas.

Chamamos de "Forma de vida" a Regra escrita por Santa Clara. Foi uma de suas preciosas iniciativas. Antes dela, as mulheres religiosas seguiam as mesmas Regras escritas para os homens, sem adaptações. A partir do seu tempo, todas as Regras femininas aproveitaram suas propostas.

Não foi fácil para Santa Clara ter a sua própria Forma de Vida. Para ela, a Regra era uma maneira de viver o mistério de Jesus Cristo de acordo com a proposta de São Francisco. Foi obrigada a seguir a Regra de São Bento e suas adaptações feitas pelos Papas Gregório IX e Inocêncio IV. Só em 1252 pode escrever a sua, que foi aprovada em 1253, dois dias antes de sua morte.

Ainda está guardado, no Proto-Mosteiro de Assis, o original do "Privilégio da Pobreza" concedido a Santa Clara pelo Papa Gregório IX, em 1228.

Santa Clara teceu sua Regra ao redor da "Forma de Vida" que São Francisco lhe deu quando ela entrou na Ordem:

"Desde que, por inspiração divina, vos fizestes filhas e servas do Altíssimo Sumo Rei Pai celeste e desposastes o Espírito Santo, optando por uma vida de acordo com a perfeição do Santo Evangelho, eu quero e prometo, por mim e por meus frades, ter por vós o mesmo cuidado diligente e uma solicitude especial, como por eles".

O "Testamento"

"Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda misericórdia e pelos quais mais temos que  agradecer ao glorioso Pai de Cristo, está a nossa vocação que, quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida".

"Pois o próprio Senhor colocou-nos não só como modelo, exemplo e espelho para os outros, mas também para nossas irmãs, que ele vai chamar para a nossa vocação, para que também elas sejam espelho e exemplo para os que vivem no mundo. Portanto, se o Senhor nos chamou a coisas tão elevadas que em nós possam espelhar-se as que deverão ser exemplo e espelho para os outros, estamos bem obrigadas a bendizer e louvar a Deus, dando força ainda maior umas às outras para fazer o bem no Senhor".

No ano de 1253, depois de sessenta anos de vida terrena, de pouco mais de quarenta anos de consagração religiosa, de uma enfermidade de quase trinta anos e de uma intensa vida de oração, chegou a hora de Clara ir ao encontro do Esposo. Passou seus últimos dias na cama. Confortada pela presença de suas irmãs e dos antigos companheiros de São Francisco, ela ainda deixou grandes ensinamentos. Na antevéspera de sua morte, foi atendido o seu último desejo: Receber a Regra assinada pelo Papa Inocêncio IV para poder beijá-la antes de morrer. Quando um dos frades a exortou a ser paciente nos sofrimentos, ela  respondeu:

" Irmão querido, desde que conheci a graça de meu Senhor Jesus Cristo por meio do seu servo Francisco, nunca mais pena alguma me foi molesta, nenhuma penitência foi pesada, doença alguma foi dura."

Nos últimos momentos, falou com sua própria alma dizendo:

" Vá segura, que você tem uma boa escolha para o caminho. Vá, porque Aquele que a criou também a santificou. E, guardando-a sempre como uma mãe guarda o filho, amou -a com eterno amor. E bendito sejais Vós, Senhor, que me criastes!"

Quando Santa Clara morreu, considerando a grande devoção do povo pelos santos, o Papa mandou enterrá-la na Igreja de São Jorge, onde também São Francisco tinha sido enterrado. Depois disso, construiu-se ao lado, a basílica de Santa Clara, para onde seu corpo foi solenemente transladado em 1260. Em 1850, seus restos mortais foram redescobertos.

fonte: http://www.paroquiasantaclara.com.br/Vida35.php 

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